segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Petrohué - Dia 1

Acordamos cedo em Puerto Varas no dia 20 de janeiro, e após tomar o "desayuno", fomos pegar o ônibus das 9h15 para Petrohué. Mais uma vez era apenas um micro-onibus. Nossas mochilas, grandes e carregadas, foram no espaço ao lado do motorista, junto com mais uns 5 ou 6 sacos de 25kg de farinha que foram mais tarde entregues em uma padaria no caminho. Tivemos que ir um bom trecho em pé, pois ao contrário do que pensávamos, muita gente estava indo para aqueles lados.

Petrohué.

Petrohué.

Após quase 2 horas de ônibus por uma estrada asfaltada que segue pela lateral do lago Llanquihue, em paisagens rurais, entramos nos últimos 6km de terra que levam até Petrohué. Nesta altura da viagem, podíamos já ver o rio Petrohué, que desce a partir do Lago Todos Los Santos, com sua cor verde fluorescente.

 Cruzando o Rio Petrohué para a área de camping.

Chegando em Petrohué, uma minúscula vila que conta com nada mais do que um hotel e uma pousada com cabanas, um posto da empresa que faz a travessia dos lagos, com uma cafeteria e uma lojinha, uma tenda de artesanatos e um posto da marinha, tivemos que pegar um pequeno barco a motor para cruzar o rio e ir até o local do camping, na outra margem, onde haviam umas poucas e pequenas casas (as únicas) de moradores locais. Mais tarde descobrimos que existe agora um outro camping no mesmo lado em que se chega a vila, mais próximo ao lago.

Acampamento na beira do rio.

Após cruzar o lago, procuramos um local para acampar. Fomos para um ponto mais isolado, no final da área de camping. Um local bem legal, a beira do rio (na verdade todo o camping o era, pois logo em seguida, uns 50 metros da margem, iniciava uma montanha com floresta), com um grande tronco de árvore tombado e uma mesa próxima. Montamos acampamento e fomos direto preparar o almoço. O local lindíssimo. Aproveitei na mesma tarde para tomar um banho no rio Petrohué, de água claríssima mas novamente gelada. O tempo estava bom, com poucas nuvens, mas mesmo assim o vulcão Osorno estava encoberto. Sabíamos que ele estava por ali, bem próximo, mas não conseguíamos ve-lo.

Visual a partir do acampamento.

Banho de rio.

Passamos a tarde organizando o acampamento e curtindo o dia. Assim que o final da tarde foi se aproximando, começamos a receber visitas indesejadas. Nuvens de mosquitos e pequenas mosquinhas começaram a nos cercar. Literalmente ficávamos cobertos pelos insetos, que tentavam nos picar mesmo através da roupa. Resolvi então dar um pulo de volta no outro lado do lago para tentar conseguir repelente de mosquitos, pois não tínhamos levado (nem precisado até então). Tomei novamente um barquinho, por 300.00 pesos chilenos, e fui direto na lojinha da empresa da travessia. Ali a atendente, que não tinha o que eu procurava, informou que não existia mercado na vila. Não existia nada além do que eu estava vendo. Mas não me convenci. Saí caminhando um pouco mais em direção ao lago e uns 30 metros adiante, encontrei o Mercado Petrohué. Beleza! Era um galpão de madeira, com 2 ou 3 tábuas formando uma prateleira ao fundo e ao lado, com alguns produtos básicos, como sabonetes, papel higiênico, refrigerantes quentes e outros. Repelente não tinha, mas tinha inseticida, que ao menos adiantaria para colocar dentro da barraca. Só me impressionei como em um local tão pequeno, com uns 100 metros entre uma ponta e outra da vila, a mulher que me atendeu desconhecia o mercado!!!

Atravessei de volta para o camping (mais 300.00 pesos para o barqueiro) e para o nosso acampamento. Ficamos o resto da noite por ali, cozinhando novamente e aplicando inseticida sobre a roupa para ter  uns 20 minutos de descanso dos mosquitos até o efeito passar e retornarem. O que melhorou um pouco, foi trocar a calça e blusa pretas, por outras cinza e branca. Dica das meninas da cafeteria. Por algum motivo os mosquitos ficam enlouquecidos com a cor preta.

Acampamento.

Ainda ao final da noite, antes de ir dormir, recebemos a visita de um porco ao qual apelidamos de Chancho. O dono dele, um senhor de uns 80 anos de idade, havia passado a tarde toda pregando tábuas e arrumando o cercado do Chancho e sua esposa (com filhotes), pois era muito fujão. Pareceu piada. Chegou a noite, lá estava o porco do lado de fora. Ele veio até nossa barraca, chafurdou em volta, arrancou algumas fixações da barraca e passou o resto da noite passeando pelo camping.

Chancho.

Nosso amigo Osorno, o vulcão, se mostrou um pouquinho pra nós, só para dar um gostinho da paisagem que teríamos com tempo aberto. Fomos dormir logo para poder ficar em paz, longe dos mosquitos.
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