Trapiche em Puerto Madryn
No Rio Grande do Sul reclamamos muito quando vamos à praia e o vento "nordestão" está batendo forte. Nunca mais reclamo. Saí hoje para conhecer a praia de Puerto Madryn. Quando saí estava friozinho, com uma leve brisa, mas com sol. Na metade da caminhada, o vento era tão forte que chegava a me desequilibrar, além de jogar meio quilo de areia na cara por minuto. Para caminhar contra o vento só fazendo força mesmo. Depois conversando com meu pai pelo Skype ele me passou uma imagem de satélite mostrando um tornado se formando em frente a Argentina, que, embora afastado da costa, talvez tenha provocado este vento forte.
Caminhei vários quilômetros pela baia até chegar ao extremos sul da praia de Puerto Madryn. No caminho fiquei tirando fotos de gaivotas e outras aves que se alimentavam de peixes e siris. Ao final, o terreno muda do plano para algumas falésias, de cor bem clara e repleta de cavernas.
A esta altura, o vento estava realmente açoitando. Quando olhei para a cidade, ao longe, esta estava sendo literalmente invadida por uma tempestade de areia, da altura dos prédios. Me protegi por alguns momentos dentro de uma das cavernas, porque embora encostado nos paredões das falésias não tivesse vento, no topo destas tinha, o que provocava uma chuva de areia grossa que chegava a doer. Até para fazer foco nas fotografias estava complicado com o vento, não apenas por empurrar a máquina, mas porque era difícil manter o olho aberto sem lacrimejar. Aliás tive que proteger o equipamento fotográfico a caminhada toda, dentro do casaco, para não pegar areia.
Tempestade de areia sobre a cidade.
Logo acima das falésias, além de um monumento em homenagem ao índio, há um prédio muito bonito, todo em madeira com um tipo de observatório, do Ecocentro de Puerto Madryn. Infelizmente estava fechado no momento que cheguei lá e só abriria 2hs mais tarde. Neste momento, deu pra ver que andar aqui pros lados da Patagônia pode ser sempre uma surpresa... o vento forte trouxe nuvens pesadas e negras, que parecia que ia desabar a maior água. Chegou a chuviscar um pouco, mas por sorte consegui voltar em passo apertado até a cidade sem me molhar, vendo a chuva passar do outro lado da bahia.
Ecocentro
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