sábado, 16 de janeiro de 2010


Camping em Playa Grande, Pucón.

Chegamos em Pucón no dia 12 pela manhã, após uma noite de viagem. O dia estava bastante nublado por aqui, de forma que não víamos nem sinal do vulcão Villarica ou mesmo das montanhas no entorno. Após conseguirmos informações no centro da cidade, nos dirigimos para acampar em um camping a beira do lago.

O camping em Playa Grande bem agradável, com bastante vegetação, várias duchas e banheiros. Passamos o resto do dia no local, cozinhando, conversando, rindo bastante juntos. No dia seguinte, dia 13, pela manhã, acordei bem cedo e fui a beira do lago tentar bater algumas fotos. Mesmo com o amanhecer nublado, consegui pegar algumas fotos do vulcão Villarica ao fundo da cidade. Lá pelo meio-dia, após levantar acampamento, fomos ao centro para pegar um ônibus para o Parque Nacional Huerquehue, que vimos em um guia antes da viagem e em folders da Secretaria de Turismo.


Travessia das mochilas para o camping Olga.

Chegando ao parque, primeiro tomamos um susto com os valores: 4mil pesos chilenos para ingressar, e 15 mil pesos por barraca para acampar! Um roubo. O Marco se indignou, pois está acostumado a acampar em parques nacionais na Argentina sem custos adicionais além do ingresso. Após ficarmos na discussão por umtempo, se aproximou um rapaz, canadense, oferecendo-nos camping por apenas 8mil pesos. Foi a maior dentro que poderíamos dar. O rapaz nos conduziu por uma pequena trilha ao lado do lago Tinquilco, enquanto nossas mochilas foram colocadas em um bote a remo que atravessou ao outro extremo do lago.


Curtindo o por do sol no lago Tinquilco.


Pelado desnudo no lago a 8,6 graus.

O camping Olga era simplesmente o paraíso... encravado no meio da natureza, cheio de montanhas com florestas ao redor e a beira do lago Tinquilco, alimentado por um pequeno rio de águas cristalinhas de degelo das montanhas. Após montar acampamento em espaços bastante reservados, fomos direto curtir o visual do lago. Um espetáculo, que tinhamos visto anteriormente no máximo em documentários da National Geographics. Rolou até um banho no lago com temperatura de 8,6 graus medidas no relógio do Marco. Não resistimos a tanta beleza.


Trekking.


Pampas Quinchol, a 1500m altitude.

No dia seguinte, após uma noite bem tranquila, partimos para um trekking de 26 km, com desnível de 1200m pelas trilhas Quinchol e San Sebstián, até o cume do Cerro San Sebstián com 1950m de altitude. A trilha era bastante forte, a maior parte do tempo no meio da floresta. As árvores impressionantes, imensas, cobertas de musgos, liquens e "barbas de bode". Algumas delas totalmente secas, resultado de um grande incêncio há muitos anos atrás. Após um grande trecho de floresta, chegamos ao ponto do Pampa Quinchol, onde pudemos ter a primeira vista dos vulcões Lanin, Villarica e Quetrupillán... uma loucura. Após um lanche mais reforçado, partimos para a segunda etapa rumo ao cume. Já na parte final, tivemos que fazer várias "escalaminhadas" e transpor algumas rochas, passando por áreas cobertas com neve na encosta do morro. É bacana ver ali, aindano verão, algumas áreas com neve de até 1 metro acumulada. Até não dá para entender como que com tanto sol, e calor que fazia lá em cima, não estava tudo derretido.


Trechos com neve na montanha.


Uma das vistas do cume do Cerro San Sebastián.

A chegada ao cume nos deu uma sensação maravilhosa. Poder andar pela crista da montanha até chegar ao ponto mais alto. A vista, de 360 graus, mais uma vez fantástica. Além dos vulcões, os vales, diversos lagos azuis, verdes e outras montanhas gigantescas cobertas de neve. Após alguns minutos no cume e 6 horas de trekking para subir, nos restava a descida. Mais 3 horas de trekking em retorno pelo mesmo caminho. Sentimos bastante o cansaço, pois a descida força joelhos, pés e coxas, e o calor estava forte. Chegando ao acampamento, o banho recompensador novamente no lago gelado, perfeito para desinchar a musculatura e relaxar com o por do sol.


Eu, no cume do Cerro San Sebastián a 1950m de altitude.

A noite, nos juntamos com outros viajantes a beira da fogueira, para comermos as duas trutas pescadas no lago pelo Marco com o pessoal do camping (de bote). Encontramos pessoal do nordeste, São Paulo, Sydney, Israel e outros locais. Após a janta, antes de ir dormir, resolvi estivar até a beira do lago. Me deitei dentro de um dos botes, desliguei a lanterna de cabeça, e fiquei curtindo o céu mais espetacular que já vi, em plena escuridão. Eram tantas estrelas que eu não sabia para onde olhar. tantas que iluminavam a fumaça que saia do lago e marcavam a silhueta das montanhas ao redor. Aguardei uma última estrela cadente e fui dormir, louco para passar a madrugada ali ao relento.


Vulvão Villarica fumegando.

Agora estamos de volta em Pucón, e amanhã cedo (16/01) vamos fazer a subida ao vulcão Villarica, o segundo "ponto alto" da viagem. Não vemos a hora.

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