domingo, 10 de janeiro de 2010

Lugares mágicos

Pessoal, vou segurar um pouco os textos sobre os demais dias no Aconcágua, pois preciso recuperar o tempo sem internet, dar uma editada de leve nas fotos (na corrida) e escrever, para voltar a atualizar com as informações mais recentes de onde andamos.


Prédios da antiga estação de trem em Puente del Inca.


Prédios da antiga estação de trem em Puente del Inca.

Neste sábado, 09, fomos de um lugar mágico a outro. Passamos a manhã em Puente del Inca, descansando ainda dos trekkings no Aconcágua, e apreciando esse local fantástico, com uma energia muito forte em relação ao livre arbítrio da própria natureza. Tanto a formação da ponte natural batizada por ser rota dos Incas entre o Peru, Chile e Argentina, quanto pela demonstração de força e vontade da natureza com o resultado dos tremores de terra que vieram a acabar com a vontade do homem no local.

Ao meio-dia conseguimos pegar um ônibus de volta a Uspallata (os planos eram para as 20hs somente), de onde pretendemos neste dia 10 embarcar para Santiago. O nome Uspallata também é de origem incaica, de "Usya" e "Pallata", que significa "a garganta preferida", denominado assim pelos Incas por terem se deparado com este longo vale e região fértil quando se destinavam a Mendoza.

Em Uspallata (até agora nosso local preferido - fora o Aconcágua), almoçamos e resolvemos descansar um pouco pois o sol estava muito forte e já estamos castigados da montanha. Ao cair da tarde, decidimos alugar duas mountain bikes com o pessoal da Desnível Aventura, uma das agências de aventura locais, e nos dirigirmos por 7km até o Tunduqueral, local onde nos informaram existirem inscrições rupestres nas rochas.


Área rural de Uspallata.

Fomos em ritmo de passeio por uma estrada que sai do centro da pequena vila e segue por uma bonita região rural, com fazendas, campings, pousadas rústicas e pequenas casas do povo local. Passamos na mesma estrada por um dos cartões postais da cidade, uma parte da via com alamos plantados em ambos os lados, formando um corredor verde.



Caminho para Tunduqueral.

Logo em seguida, após uns 3km de pedalada, entramos mais uma vez na região desértica que circunda Uspallata. A paisagem lembrou rapidamente os desertos dos filmes Mad Max, com aquela longa estrada em linha reta a nossa frente em meio a um ambiente árido. A nossa direita as montanhas da Pré-cordilheira (a qual realizamos um trekking conforme post anterior). A nossa esquerda, mais ao longe, a Cordilheira do Tigre com suas montanhas gigantescas. O caminho de terra nos levava cada vez mais para dentro do deserto, onde só se viam montanhas.


Entrada do sítio arqueológico.

Ao fechar os 7km, encontramos uma porteira com a sinalização: Cerro Tunduqueral, e uma breva apresentação do parque. Seguimos mais 300 metros em uma estradinha aberta no meio da vegetação rasteira até a área de recepção, quando então demos de cara com o encarregado fechando o portão, pronto para ir embora. Eram 20:10 e o horário de visitação era até as 20hs. Antes mesmo dele passar o cadeado, já sinalizamos que gostaríamos de visitar o local, pois iríamos embora no dia seguinte. Nos propomos atrevidamente a pular a cerca ao ir embora de forma que não precisasse nos esperar. E prontamente, de forma muito receptiva e atenciosa, assim como todos tem nos tratado na Argentina, o rapaz nos liberou a entrada, pegou sua bicicleta e partiu.


Petroglifos em Tunduqueral.

E lá estávamos nós, eu e a Gi, em um pequeno sítio arqueológico, no meio do deserto, totalmente a sós. Primeiro bateu uma estranheza, até nos darmos conta que estávamos em um local fechado e com quilômetros e mais quilômetros de nada! Deserto! Foi incrível! Largamos as bikes empolgados e subimos rapidamente o pequeno morro formado por pedras no meio daquela planície toda. As inscrições, ou melhor, petroglifos, estavam distribuídos por várias pedras no local, datando de mais de 1000 anos. O Cerro Tunduqueral era utilizado pelas mulheres nativas durante a lua cheia em rituais de celebração.


Local mágico.
(perdoem o horizonte, ainda não deu tempo de corrigir e provalmente
foi o encantamento do local que moveu as montanhas, e não eu).

A sensação foi fantástica, literalmente de estar em um local mágico. Só de pensar nas pessoas que estiveram ali por muitas vezes há tanto tempo atrás, somada àquela vastidão inédita aos nossos olhos, foi de emocionar. Não resisti e dei um grito bem alto: "Uspallataaaa"!


Jones, Indiana Jones.

A volta de bike pelos 7km até a cidade foi muito mais leve, com a alma limpa. Valeu muito a pena.


Saída do parque, após "pularmos" a cerca.
(Ok, o cadeado estava aberto confiantemente a nossa espera. Fechamos).


Mais fotos no Flickr.

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